1976 - Diretamente do baú da Globo
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PLANETA DOS HOMENS |
Criação: Max Nunes e Haroldo Barbosa Redação: Hilton Marques, Afonso Brandão, J. Rui, Jô Soares, Sérgio Rabello, Afonso Brandão, Redi, Alfredo Camargo, Luís Fernando Verissimo, Jésus Rocha, Alfredo Camargo, Marcos César, Expedito Fagioni e Caulos Direção: Paulo Araújo Período de exibição: 15/03/1976-03/01/1982 Horário: às segundas, 21h |
- Charles (Roberto Azevedo), Sócrates (Stênio Garcia) e Gibinha (Clarice Piovesan), representantes de um planeta habitado por uma raça de símios superinteligentes, são enviados à Terra para investigar o comportamento dos homens e entender porque eles ainda não superaram problemas como a fome, a guerra e a poluição. - Foi a partir dessa paródia do clássico Planeta dos Macacos, seriado de ficção científica norte-americano exibido pela TV Globo – que Max Nunes e Haroldo Barbosa conceberam, em 1976, o Planeta dos Homens, com o humor baseado em sátira de costumes ![]() - Os macacos inteligentes – caracterizados com máscaras criadas por Orival Pessini – tinham participação garantida em todos os programas. Sócrates, o filósofo do grupo, vivia constantemente intrigado com as contradições dos humanos. Ao assistir um anúncio na TV de um carro capaz de rodar à 180 km por hora, ele perguntava: “Mas as leis brasileiras não proibem que se dirija a mais de 80 km por hora?” Antes que alguém pudesse responder, Sócrates encarava a câmera e dizia: “Não precisa explicar. Eu só queria entender”. Já Charles, mostrando sinais de que estava evoluindo e, portanto, se tornando humano, passava cheques sem fundo e aplicava contos do vigário nos incautos. - Um dos grandes sucessos do programa era o quadro estrelado por Kika (Clarice Piovesan) e Xuxu (Stênio Garcia). Ela, uma mulher fogosa e romântica que demandava atenção e carinho constantes. Ele, um trabalhador incansável que se via em apuros todas as vezes em que a mulher dizia: “Xuxu, apaga a luz”. O quadro fez tanto sucesso que, em 1978, se transformou em um programa independente: Kika e Xuxu. Sátira política - Planeta dos Homens reestreou em março de 1977, com esquetes um pouco mais longos, cada um com dez minutos em média. A sátira política passou a fazer parte da receita do programa, já que a censura parecia estar afrouxando sua vigilância até então implacável. - Naquele momento, já era possível se escrever coisas como, por exemplo, o quadro no qual um repórter entrevistava o diretor do Grêmio Recreativo Escola de Samba Aprendizes da Democracia. Apesar de garantir que a escola ensaiava muito, o diretor não sabia dizer ainda quando os foliões sairiam em desfile pela avenida. - Em outro quadro, Paulo Silvino e Jô Soares eram os apresentadores completamente insanos de um telejornal, e faziam todo o tipo de piadas sobre a inflação e os custos de vida. Bordões - Um dos personagens mais famosos do Planeta dos Homens nesse período era o do professor de mitologia Aquiles Arquelau ![]() - Outros bordões repetidos pelo público foram: “Quem mandou votar no homem” – quando alguém reclamava do custo de vida –; “Querias, mas não te dou”, “Não se pode elogiar”, "Perguntar não ofende" ![]() ![]() ![]() ![]() Novos personagens - Em 1979, um dos destaques do programa foi o Dr. Sardinha (Jô Soares), personagem que satirizava o então ministro Delfim Netto, que havia deixado a pasta do Planejamento e ficado com a da Agricultura. Por isso, o Dr. Sardinha estava sempre em dificuldades para lidar com os problemas apresentados pelos assessores, já que seus negócios eram os números. O resultado era hilariantes explicações sobre o bom funcionamento do ministério com argumentos malucos como: “Ora, o abacate não ‘abacateia’? Então o chuchu tem de ‘chuchuzar’. O abacaxi está ‘abacaxizando’ e a uva, ‘uvando’”. - Na sua temporada em 1980, Planeta dos Homens voltou cheio de novos personagens. Agildo Ribeiro fazia um camelô politizado e um ecologista, enquanto Milton Carneiro e Jô Soares viviam D. Quixote e Sancho Pança. - Jô Soares também era o Dr. Rafael, o cunhado de um político poderoso a quem todos viviam pedindo favores e que sempre dizia: “cunhado não é parente!”. Interpretava ainda o consultor sexual e o amigo do ingênuo Padilha (Martim Francisco), que era casado com um mulherão. Ele sempre o aconselhava a esquecer qualquer atividade e ir para casa usufruir das delícias do matrimônio. O quadro transformou o bordão “Vai pra casa, Padilha!” em um dos mais populares do programa. Mudanças na redação - Planeta dos Homens reestreou em março de 1981 com uma equipe de redatores que não contava com nenhum integrante original. Haroldo Barbosa e J. Rui haviam morrido um ano antes. Max Nunes, Hilton Marques e Afonso Brandão foram escrever o novo programa de Jô Soares, Viva o Gordo. - Coube a Luís Fernando Verissimo, Jésus Rocha, Alfredo Camargo, Marcos César, Expedito Fagioni e Caulos manter a identidade do programa até o seu final, em janeiro de 1982. Nesse período, os quadros passaram a ser precedidos por animações de dez segundos desenhadas por Caulos, que era cartunista. - Os personagens mais marcantes dessa fase foram o Dr. Cabral – um assessor de políticos importantes que tinha o bordão “eu quero é chegar lá” – e o Professor Gabriel – especialista em dar explicações incompreensíveis aos seus alunos –, ambos vividos por Agildo Ribeiro. Produção - Planeta dos Homens era um programa de esquetes curtos, com duração média de cinco minutos ![]() - Os quadros eram gravados no Teatro Fênix, no Rio de Janeiro, diante de uma platéia. No início, chegou-se a gravar cenas externas – a maioria mostrando as explorações de Sócrates, Charles e Gibinha – mas logo o programa passou a ser todo gravado no estúdio. - A abertura de Planeta dos Homens se tornaria uma das mais célebres da televisão brasileira: um homem-macaco colhia uma banana de um cacho e a descascava lentamente, revelando aos poucos a figura de uma bailarina (Wilma Dias). Um take do umbigo da moça foi considerado tão sensual que chegou a ser vetado pela censura. Depois, os papéis se invertiam e o macaco surgia de dentro da banana acenando. A sequência foi criada por Hans Donner. Segundo o designer, a abertura foi a primeira a chamar a atenção do público para as possibilidades da computação gráfica. - Em março de 1977, o programa ganhou novas vinhetas e abertura. Dessa vez, o homem-macaco surgia de dentro de uma bola de futebol que era cortada ao meio por uma faca. Vestido com a camisa da Seleção Brasileira, ele dançava e fazia embaixadinhas sobre a bola. Do interior da bola também saíam uma macarronada e um cachorro-quente. Os poucos móveis que faziam parte dos cenários foram substituídos por módulos brancos. |
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